Efeito Mozart
Acaba de ser descoberto um mecanismo que explica o vínculo entre os sons que as crianças ouvem e o desenvolvimento de suas funções cognitivas.
Esse mecanismo, conhecido como "efeito Mozart", vem dar um fundamento fisiológico para as canções de ninar e mesmo para as recomendações de que as futuras mamães cantem para seus bebês ainda durante a gravidez.
Trabalhando com modelos animais, os pesquisadores descobriram que um tipo de célula na área de processamento primário do cérebro durante o desenvolvimento inicial dos bebês, que os cientistas acreditavam não desempenhar qualquer papel na transmissão de informações sensoriais, pode na verdade captar e conduzir sinais sonoros.
A descoberta pode ter implicações para o diagnóstico precoce de déficits cognitivos, incluindo o autismo, e dar suporte a uma ligação entre a exposição pré-natal à música e às conversas e uma melhor função cerebral - existem muitas recomendações para que as mães conversem e cantem para seus bebês, mas os cientistas ainda não haviam identificado a estrutura responsável por este link no cérebro em desenvolvimento.
"Nosso trabalho é o primeiro a sugerir que, no início do desenvolvimento do cérebro, o som é um sentido importante. Parece que os neurônios que respondem ao som desempenham um papel na organização funcional inicial do córtex. Isso é novo e é realmente entusiasmante," disse o Dr. Amal Isaiah, da Universidade de Maryland (EUA).
Neurônios da subplaca
Isaiah e seus colegas identificaram impulsos nervosos induzidos pelo som nos neurônios da subplaca, que ajudam a orientar a formação dos circuitos neurais da mesma forma que um andaime ajuda uma equipe de construção a erguer um novo edifício. Durante o desenvolvimento, os neurônios da subplaca estão entre os primeiros a se formar no córtex cerebral - a parte externa do cérebro dos mamíferos que controla a percepção, a memória e, nos humanos, funções superiores como a linguagem e o raciocínio abstrato.
O papel dos neurônios da subplaca parece ser temporário - assim que os circuitos neurais permanentes do cérebro se formam, a maioria dos neurônios da subplaca desaparecem.
A identificação de uma fonte de sinais nervosos sensoriais no início do desenvolvimento, ainda na fase pré-natal, pode levar a novas formas de diagnosticar o autismo e outros déficits cognitivos que surgem no início do desenvolvimento.
E também reforçam a recomendação das práticas, hoje tida como "alternativas", que mantêm um foco mais amplo e recomendam uma visão holística do desenvolvimento humano - as práticas de conversar e cantar para seu bebê, mesmo antes que ele nasça.
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