06/02/2017

Crença no livre arbítrio associada com felicidade em todo o mundo

Redação do Diário da Saúde
Crença no livre arbítrio associado com felicidade também no Oriente
A cultura ocidental tende a assumir que aquilo que as pessoas fazem e o que acontece a elas está sob seu controle. Desta forma, tudo que lhes acontece seria uma consequência de suas escolhas e, portanto, de sua própria responsabilidade.
[Imagem: Duncan Lilly/Wikimedia]

Livre arbítrio e cultura

O livre arbítrio descreve a capacidade de fazer escolhas independentes, onde o resultado da escolha não é dirigido por eventos passados ou por outras pessoas.

É por isso que se diz que, para conhecer seu verdadeiro eu, acredite no livre arbítrio.

Ocorre que diferentes culturas têm diferentes perspectivas sobre o livre arbítrio, e esses diferentes pontos de vista permeiam nosso pensamento sem que o percebamos, colorindo de forma diversa conceitos como responsabilidade pessoal, culpa, ambição etc. E isso molda múltiplos sentimentos e emoções e a forma como as situações são encaradas.

Isto tem levado os psicólogos a considerar que acreditar ou não no livre arbítrio teria efeitos diferentes no ocidente e no oriente, devido às visões de mundo bastante distintas entre as duas culturas.

A cultura ocidental é descrita como individualista, onde as pessoas estão em grande parte focadas nas realizações pessoais, tornando a competição algo comum e natural. Em culturas como as da China e do Japão, por outro lado, muito mais coletivistas, as pessoas tendem a se concentrar mais em objetivos do grupo - da família ou da empresa, por exemplo - e há menos ênfase nos graus pessoais de liberdade.

Livre arbítrio e felicidade

O que se demonstrou agora é que essas diferenças de abordagem não alteram o efeito final de acreditar no livre arbítrio nas duas culturas.

A crença no livre arbítrio, tanto em estudantes ocidentais quanto orientais, mostrou uma forte associação com maior felicidade, melhor desempenho no trabalho e na escola e menos comportamentos negativos.

Além disso, Jingguang Li e sua equipe da Universidade Dali (China), constataram que 85% dos adolescentes chineses expressam uma crença espontânea no livre arbítrio, e que essa crença está positivamente correlacionada com a felicidade - exatamente como diversos estudos feitos no Ocidente já demonstraram.

O estudo publicado foi publicado pela revista Frontiers in Psychology.

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