Os governos do Brasil e de Cuba, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde, estão finalizando os detalhes para a vinda de 6 mil médicos cubanos para trabalharem nas regiões brasileiras mais carentes.
Os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o cubano Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla, anunciaram a parceria e afirmaram que os detalhes estão em negociação, sobretudo a forma do visto para os profissionais de Cuba.
Em 2007, a associação dos médicos do estado de Tocantins conseguiu uma liminar na justiça para expulsar médicos cubanos que foram trazidos pelo governo daquele estado para trabalhar em municípios onde os profissionais brasileiros não queriam ir.
Segundo o chanceler brasileiro, há um déficit de profissionais brasileiros na área de saúde atuando nas áreas carentes do país.
"Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual atribuímos valor estratégico", disse ele.
"Cuba tem uma proficiência grande na área de medicina, farmacêutica e de biotecnologia. O Brasil está examinando a possibilidade de acolher médicos por intermédio de conversas que envolvem a Organização Pan-Americana de Saúde, e está se pensando em algo em torno de 6 mil ou pouco mais", destacou Patriota.
O Conselho Federal de Medicina (CFM), que é um órgão corporativo e defende os interesses dos médicos brasileiros, emitiu uma nota violenta repudiando o acordo.
"O Conselho Federal de Medicina condena veementemente qualquer iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem sua respectiva revalidação. Medidas neste sentido ferem a lei, configuram uma pseudoassistência com maiores riscos para a população e, por isso, além de temporários, são temerários por se caracterizarem como programas político-eleitorais", diz a nota.
Na realidade, a escola de medicina cubana, em sentido amplo, é reconhecida como uma das melhores do mundo, centrando-se na prevenção e na educação para mudanças no estilo de vida que preservem a saúde da população.
A nota do CFM prossegue pedindo mais recursos públicos - "um mínimo de 10% da receita bruta da União" - para garantir salários mais altos para os médicos brasileiros.
Há anos o governo federal tenta formar mais médicos e levá-los para o interior.
Desde então, as entidades médicas negam que haja poucos médicos no Brasil e pedem mais dinheiro para "incentivar" os médicos a irem para o interior do país.
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