18/11/2009

Celular ameaça segurança dos pedestres, tocador de MP3 não

Redação do Diário da Saúde
Celular ameaça segurança dos pedestres, tocadores de MP3 não
Cada participante andou em uma esteira rolante em um ambiente virtual, o que significa que cada um encontrou exatamente as mesmas condições - o mesmo número e velocidade dos carros, por exemplo - que seus colegas.
[Imagem: Beckman Institute]

iPod pode, iPhone não

Dois novos estudos sobre a segurança de pedestres descobriram que usar um telefone celular ao caminhar pela rua pode pôr em perigo a saúde das pessoas.

Pedestres idosos, em particular, são os mais prejudicados por usar o celular enquanto andam por ruas movimentadas.

Os estudos, durante os quais os participantes atravessaram uma rua virtual falando ao celular ou ouvindo música com um tocador de MP3, revelaram que, ao contrário dos usuários de celular, quem ouve música é capaz de circular pela área de grande tráfego com a mesma desenvoltura que um pedestre que não está usando nenhum aparelho.

Risco de atropelamento

Os usuários de celulares - usando fones de ouvido que liberam as mãos - levaram mais tempo para atravessar a rua, sob as mesmas condições de tráfego, além de terem uma maior probabilidade de serem atropelados.

Usuários de celulares mais idosos, especialmente aqueles com andar menos estável, revelaram-se os mais suscetíveis a se tornarem vítimas de acidentes de trânsito.

"Muitas pessoas acham que caminhar é tão automático que realmente nada poderá atrapalhar", diz o psicólogo Art Kramer, que realizou a pesquisa em conjunto com seus colegas Jason McCarley e Mark Neider, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.

"De fato, caminhar é algo bastante automático, mas andar em ambientes cheios de obstáculos talvez não seja tão automático quanto se poderia pensar," diz ele.

Celular atrapalha atravessar a rua

O primeiro estudo, publicado na revista Accident Analysis and Prevention, revelou que adultos jovens falando em um telefone celular demoram 25 por cento mais tempo para atravessar a rua do que seus pares que não estavam ao telefone.

Eles também foram mais propensos a não conseguir atravessar a rua nos 30 segundos demarcados para a tarefa; seus colegas sem celular foram capazes de fazer isto sem problemas.

Cada participante andou em uma esteira rolante em um ambiente virtual, o que significa que cada um encontrou exatamente as mesmas condições - o mesmo número e velocidade dos carros, por exemplo - que seus colegas.

Problema maior para idosos

O segundo estudo, ainda não publicado, deu as mesmas tarefas a adultos acima de 60 anos de idade, e incluiu alguns participantes que apresentavam um histórico de quedas ao caminhar normalmente.

As diferenças entre aqueles que usavam e os que não usavam o celular foi ainda mais marcante no grupo mais idoso, afirma Kramer.

"Os adultos mais velhos falando ao celular foram 'atropelados' com uma frequência 15 por cento maior do que aqueles que não falavam ao telefone," disse o pesquisador. Os resultados foram ainda piores entre aqueles com histórico de quedas.

A conclusão é que andar na rua falando ao celular é perigoso para pessoas de qualquer idade. Mas ainda mais perigoso para idosos. O aumento no risco não foi significativo para aqueles que apenas ouviam música.

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