Alzheimer causado pela frutose?
Médicos e cientistas estão propondo que a doença de Alzheimer pode ser causada pela superativação da frutose produzida no cérebro.
A frutose, ou levulose, é também conhecida como açúcar das frutas, sendo o açúcar mais solúvel em água de todos. Juntamente com a glicose, ela constitui a sacarose, que é o açúcar comum. Apesar de sua origem natural, alguns estudos indicaram que a frutose pode ser pior para a saúde do que a glucose, o açúcar que as células usam como fonte de energia e intermediário metabólico.
Em um artigo publicado na revista científica Frontiers in Aging Neuroscience, a equipe delineou a hipótese de que a doença de Alzheimer seja impulsionada em grande parte pelos hábitos alimentares da cultura ocidental, que resultou em um metabolismo excessivo de frutose no cérebro.
A proposta está sendo feita por uma equipe interdisciplinar de neurologistas, neurocientistas e especialistas em metabolismo do açúcar.
Frutose no cérebro
A equipe apresenta pesquisas e dados extensos conduzidos sobre a doença de Alzheimer que relacionam os altos níveis de frutose no cérebro à doença. A teoria também ajuda a explicar associações já bem verificadas, como por que o diabetes e a obesidade estão associados a um risco maior de doença de Alzheimer.
"Em essência, nós propomos que a doença de Alzheimer é uma doença moderna impulsionada por mudanças no estilo de vida dietético em que a frutose pode interromper o metabolismo cerebral e a função neuronal," resumiu o professor Richard Johnson, da Escola de Medicina da Universidade do Colorado.
A equipe lista e descreve dados que mostram a hiperativação do metabolismo da frutose cerebral e como isso pode levar à doença de Alzheimer.
A fonte de frutose é em grande parte de produção endógena do próprio cérebro. Assim, a redução da produção de energia mitocondrial é dificultada pela glicólise neuronal inadequada, resultando na perda progressiva dos níveis de energia cerebral necessários para que os neurônios permaneçam funcionais e viáveis.
"Ao delinear evidências consistentes, esperamos inspirar os pesquisadores a continuar explorando a relação entre a frutose no cérebro e a doença de Alzheimer. Novos tratamentos destinados a inibir o metabolismo intracerebral da frutose podem fornecer uma nova maneira de prevenir e tratar esta doença," acrescentou Johnson.
Cérebro contra açúcar
Em um dos cenários descritos pela equipe, o hipometabolismo da glicose - metabolismo insuficiente - aumentou o estresse oxidativo, gerando uma perda progressiva das mitocôndrias, levando eventualmente à disfunção neuronal e à morte celular.
Neste cenário, as placas amiloides e os emaranhados neurofibrilares são parte da resposta inflamatória e participam da lesão, mas não são os fatores centrais que geram a doença, o que coincide com resultados de outras equipes, que propõem que as beta-amiloides podem ser uma defesa do cérebro.
O Dr. Johnson menciona que, em tese, a inibição de enzimas no cérebro que estão envolvidas na produção ou metabolismo da frutose pode fornecer novas maneiras de prevenir e tratar a doença de Alzheimer.
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