05/09/2017

Técnica pós-bariátrica criada em hospital do SUS atrai atenção internacional

Redação do Diário da Saúde

Cirurgia pós-bariátrica

Médicos de um hospital público brasileiro desenvolveram uma técnica inédita em nível mundial para a realização de cirurgia pós-bariátrica.

A novidade já trouxe ao Brasil médicos e estudantes de 16 países em quatro continentes, todos eles em busca da inovação.

A técnica, que permite realizar quatro tipos de procedimentos cirúrgicos ao mesmo tempo - a reparação do abdômen inteiro (360°), peito, braços e coxas - foi criada por uma equipe do Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro.

O interesse internacional surgiu depois que a técnica foi apresentada no ano passado no Congresso Mundial da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, em Quioto, no Japão, evento que reúne alguns dos mais renomados cirurgiões plásticos do mundo.

Plástica reparadora

Inteiramente criada no Sistema Único de Saúde (SUS), a técnica permite a redução do tempo da plástica reparadora para os pacientes que já haviam sido submetidos à cirurgia bariátrica - de 8 a 10 horas para 4 horas de procedimento cirúrgico.

Já a recuperação pós-cirúrgica, que demora pelos métodos tradicionais cerca de dois meses, foi reduzida para 10 a 15 dias - ou seja, para até 1/6 do tempo médio.

Outro benefício apontado pela equipe foi a diminuição do risco cirúrgico. Complicações que exigiam transfusões, por exemplo, foram reduzidas a quase zero nos pacientes submetidos a esse tipo de cirurgia.

"Ao conseguir realizar quatro cirurgias em uma mesma pessoa ao mesmo tempo, diminuímos também o custo dos procedimentos e a fila de pacientes, uma vez que eles estavam à espera de várias cirurgias," ressalta o chefe do setor de Cirurgia Plástica do HFA, Carlos Del Piño Roxo.

Planejamento da cirurgia

A técnica do HFA consiste na previsão, antes que comece o procedimento, de todo o corte para as quatro cirurgias simultâneas que ocorrem depois da bariátrica e do emagrecimento do paciente. Desta forma, é delimitado estritamente o tecido que está sobrando. Mais do que isso, evitam-se danos aos tecidos.

"Da forma tradicional, os cirurgiões iam 'puxando' tecidos durante a cirurgia, sem a delimitação planejada, o que pode ocasionar transtornos, como o de um lado do abdômen ficar mais caído que o outro," esclarece Roxo.

Até agora, 675 pacientes foram submetidos a essa técnica cirúrgica. O hospital federal realiza desde o ano 2000 cirurgias pós-bariátricas gratuitamente pelo SUS. Desde então, esses procedimentos já ocorriam com forma diferenciada, que reduz o tamanho da cicatriz de corte do abdômen porque, em vez de corte vertical, é feito corte em formato de âncora no abdômen.

Uma das apostas do HFA para o êxito desse tipo de tratamento é o acolhimento ao paciente no hospital, o que prevê a atuação de uma mesma equipe multidisciplinar desde a primeira consulta até a retirada dos pontos pós-cirurgias e finalização do atendimento. O objetivo é reforçar a confiança do paciente no tratamento.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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