19/01/2009

Por que adiamos decisões e como podemos parar com isso?

Barbara Isanski

Adiamentos caros

É um ano novo e muitos de nós está pensando sobre várias resoluções: atualizar o currículo, limpar o quintal, começar uma atividade física... Mas a triste realidade é que a maioria de nós não seguirá essas decisões, não porque mentimos para nós mesmos, mas porque amanhã é sempre um dia melhor para fazer alguma coisa.

A adiamento das coisas que se tem que fazer é uma verdadeira praga, e daquelas que trazem grandes prejuízos. Deixar as coisas de lado leva não somente à perda de produtividade, mas também a todo tipo de arrependimento e danos à auto-estima.

Por isto, os psicólogos adoram tentar descobrir o que está acontecendo na mente que torna tão difícil fazer efetivamente aquilo que devemos fazer. Será que somos programados para adiar e esperar?

Por que adiamos o início das tarefas?

Coordenados por Sean McCrea, da Universidade de Konstanz (Alemanha), uma equipe internacional de psicólogos se propôs a ver se há uma conexão entre como nós pensamos sobre uma tarefa e nossa tendência para adiar sua realização. Em outras palavras, seríamos mais propensos a ver algumas tarefas como psicologicamente mais "distantes" - e assim deixá-las para fazer mais tarde ao invés de encará-las agora?

Os psicólogos enviaram questionários a um grupo de estudantes e pediram que eles respondessem por email dentro de três semanas. Todas as questões tinham a ver com tarefas triviais, como abrir uma conta bancária e manter um diário, mas diferentes estudantes receberam diferentes instruções para responder às questões. Alguns deviam pensar e escrever sobre o que cada atividade diz sobre as características pessoais: que tipo de pessoa tem uma conta bancária, por exemplos. Outros estudantes tinham que escrever apenas sobre a mecânica de cada atividade: falar com o funcionário do banco, preencher formulários, fazer um depósito inicial e assim por diante.

Pensamento abstrato e pensamento concreto

A idéia era fazer alguns estudantes pensarem abstratamente e outros concretamente.

Então os psicólogos esperaram pelo término do prazo. E, em alguns casos, eles continuaram esperando. Eles registraram todos os tempos de resposta para ver se haveria uma diferença entre os dois grupos. E, de fato, houve uma diferença significativa.

As conclusões, publicados na revista Psychological Science, foram muito claras. Ainda que todos os estudantes estivessem sendo pagos para responder os questionários, aqueles que deviam pensar abstratamente sobre as questões tenderam muito mais a adiar a tarefa - e, de fato, alguns nem mesmo chegaram a responder o questionário.

Por outro lado, aqueles que se focaram em como, onde e quando fazer a tarefa, enviaram os emails com as respostas muito mais prontamente, sugerindo que eles preferiram fazer a tarefa imediatamente em vez de adiá-la.

Professores e administradores

Os autores ressaltam que "meramente pensar sobre a tarefa em termos concretos, mais específicos, fez com que eles sentissem que deviam completá-la o quanto antes, reduzindo desta forma o adiamento."

Os autores concluem que estes resultados têm importantes implicações para professores e administradores que querem que seus estudantes e funcionários iniciem os projetos o quanto antes. Além disso, as descobertas são relevantes para aqueles de nós que decidam ter como resolução de Ano Novo um melhor gerenciamento do próprio tempo.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

URL:  http://diariodasaude.com.br/print.php?article=por-que-adiamos-decisoes

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