07/03/2017

Você se parece com o seu nome?

Redação do Diário da Saúde
Você se parece com o seu nome?
Surpreendentemente, nos esquecemos mais facilmente de rostos bonitos do que de rostos feios.
[Imagem: Wikimedia/jura-photography]

Nome e aparência

Você se parece com o seu nome?

Não sabe do que se trata? Pois saiba que as pessoas são capazes de combinar os nomes com os rostos de estranhos com uma precisão surpreendente.

Assim, é razoável perguntar "Se o seu nome é João, você parece um João?"

Uma série de experimentos envolvendo essa curiosa associação entre nomes e aparências indica que isso pode ter a ver com os estereótipos culturais que atribuímos aos nomes e pode ir ainda mais longe: as pessoas podem tender a se adaptar à aparência do seu nome.

"Nós estamos familiarizados com esse processo de outros estereótipos, como etnia e gênero, onde às vezes as expectativas estereotipadas dos outros afetam aquilo em quem nos tornamos," disse Yonat Zwebner, uma das autoras do estudo. "Pesquisas anteriores mostraram que há estereótipos culturais ligados a nomes, incluindo como alguém deve se parecer. Por exemplo, as pessoas são mais propensas a imaginar uma pessoa chamada Bob com um rosto mais redondo do que uma pessoa chamada Tim. Nós acreditamos que esses estereótipos podem, ao longo do tempo, afetar a aparência facial das pessoas."

Estereótipos dos nomes

Por estranha que pareça, a hipótese da pesquisadora foi confirmada quando alterações nas áreas da face que podem ser controladas pelo indivíduo - como o penteado ou a barba - foram suficientes para produzir o efeito.

Em cada experimento, os voluntários viam fotografias e deviam selecionar um nome, de uma lista de quatro ou cinco nomes, que correspondesse ao rosto. Em todos os casos, os participantes foram significativamente melhores (25 a 40 por cento de precisão) ao combinar o nome com o rosto do que a chance aleatória (20 a 25 por cento de acertos pelo acaso, dependendo do experimento).

Os pesquisadores teorizam que esse efeito pode resultar, ao menos em parte, dos estereótipos culturais associados com os nomes porque o efeito é específico da cultura - os voluntários não acertavam a associação quando os nomes eram de um país com idioma diferente do seu.

Ajustando a aparência

Para tirar as dúvidas, a equipe usou uma tecnologia de inteligência artificial, treinando um programa de computador para combinar nomes com rostos. O programa foi suprido com mais de 94.000 imagens faciais e os respectivos nomes das pessoas.

Depois do treinamento, o programa tornou-se mais capaz de acertar a associação entre um nome e um rosto (54 a 64 por cento de precisão) do que seria obtido pelo acaso (50 por cento de precisão).

Isso levou a que os pesquisadores formulassem outra hipótese: a manifestação do nome no rosto pode ser reforçada porque as próprias pessoas inconscientemente ajustam sua aparência para se conformar com as normas culturais e as sugestões associadas com os seus nomes.

A pesquisa, intitulada "Nós nos parecemos com nossos nomes: a manifestação dos estereótipos dos nomes na aparência facial", foi publicada no periódico Journal of Personality and Social Psychology.

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