25/03/2018

Vacina contra vírus zika será testada em Minas Gerais

Redação do Diário da Saúde

Teste de vacina contra zika

Pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), da Fiocruz Minas e da Universidade George Washington (EUA) estão participando de um estudo clínico de fase 2/2b de uma vacina experimental contra a infecção pelo vírus zika.

Chamada de "vacina de DNA contra zika", o fármaco experimental já foi testado em seres humanos nos EUA, e o estudo clínico foi aprovado pelos comitês de ética e agências regulatórias nacionais e internacionais. Agora, será avaliada numa população expandida com a finalidade de estudar novos dados sobre a sua eficácia e segurança.

Para essa nova fase, serão recrutados voluntários sadios, entre 15 e 35 anos, que morem na região metropolitana de Belo Horizonte e que tenham disponibilidade para participar do estudo pelos próximos dois anos.

A vacina é feita com parte do material genético do vírus, tendo sido projetada para produzir anticorpos capazes de promover uma resposta contra a infecção pelo vírus zika.

Treinamento e certificação

Os voluntários serão selecionados após a realização de uma avaliação clínica e de exames laboratoriais que serão oferecidos gratuitamente pela equipe do Hospital das Clínicas da UFMG. Já a Fiocruz Minas ficará responsável pelo processamento do sangue e urina de todos os participantes da pesquisa, que serão testados para avaliar a eficácia, a resposta imune e os efeitos da vacina no organismo.

"Faremos o processamento e armazenamento das amostras dos participantes. Um dos objetivos do estudo é verificar se a vacina induz anticorpos que protejam contra o vírus zika", explicou o pesquisador Rodrigo Corrêa Oliveira.

Isto trabalho exigiu um treinamento rigoroso e a certificação dos profissionais brasileiros. "É uma atividade que envolve uma série de protocolos a serem seguidos e, por isso, requer todo um preparo. No Brasil, pouquíssimas pessoas estão autorizadas a desenvolver esse tipo de processamento de amostras", afirma o pesquisador Jeffrey Michael Bethony, da Universidade de George Washington, que há cerca de 15 anos desenvolve projetos em parceria com a Fiocruz Minas como pesquisador visitante.

Zika

A zika é uma doença viral aguda, transmitida principalmente por mosquitos, como o Aedes aegypti. Entre os sintomas podem estar erupção cutânea, acompanhada de coceira intensa, bem como febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido (olhos vermelhos e lacrimejantes), dor nas articulações, dor muscular e dor de cabeça. A doença apresenta evolução benigna, e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após três a sete dias.

Entretanto, embora a infecção pelo vírus zika possa passar sem causar grandes transtornos, os casos confirmados de microcefalia indicam que as mães foram infectadas pelo vírus nos primeiros meses de gravidez. A criança é considerada portadora de microcefalia quando seu perímetro cefálico é menor do que 32 cm. Estudos indicam também uma ligação entre o zika e a Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que provoca fraqueza muscular e paralisia que, nos casos mais graves, pode colocar a vida do paciente em risco.

Ainda não há cura ou vacina para prevenir a infecção pelo zika. A principal medida de prevenção, atualmente, é o controle dos mosquitos transmissores.

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