05/10/2015

São seus traços morais que definem como as pessoas veem você

Redação do Diário da Saúde
Seus traços morais definem como as pessoas veem você
Experimentos com manipulação cerebral já demonstraram a possibilidade de alterar os julgamentos morais de uma pessoa.
[Imagem: BBC]

Memória e identidade

Quase todos acreditamos que a forma de pensar e as coisas de que nos lembramos - nossa "experiência de vida" - são uma parte essencial do que nos define como pessoa.

Mas parece que não é assim que olhamos para os outros - e nem tampouco é assim que os outros nos veem.

"Ao contrário do que você possa imaginar - e do que gerações de filósofos e psicólogos têm assumido - a perda de memória em si não faz alguém parecer uma pessoa diferente. Nem a maioria dos outros fatores, como a mudança de personalidade, a perda da cognição de alto nível, a depressão ou a capacidade de realizar as atividades diárias," relata a professora Nina Strohminger, da Universidade de Yale (EUA).

Segundo os resultados dos estudos da equipe de Strohminger, são nossos traços morais que nos definem, formando o núcleo de nossa identidade.

Moralidade e identidade

Para demonstrar a importância da moralidade na definição da identidade, a equipe trabalhou com centenas de pacientes e familiares de pacientes com doenças neurodegenerativas, que tipicamente apresentam as condições citadas pela pesquisadora, como perda de memória, de capacidade cognitiva e de realizar tarefas diárias.

Mas os familiares e amigos apenas relataram que o paciente "não parecia mais a mesma pessoa", ou estava "irreconhecível", quando começava a apresentar variações nos traços morais.

"Isso é interessante porque mostra que alguém pode mudar bastante e ainda parecer basicamente a mesma pessoa. Por outro lado, se as faculdades morais ficam comprometidas, uma pessoa pode ser considerada irreconhecível," disse Strohminger.

Os resultados mostraram que tanto a doença de Alzheimer quanto a demência frontotemporal foram associadas com um maior sentido de perturbação da identidade do que a esclerose lateral amiotrófica, com a demência frontotemporal levando à maior deterioração na identidade.

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