19/01/2015

Tapete voador de grafeno destrói células de câncer

Redação do Diário da Saúde

Tapete de grafeno

Um novo tipo de material, chamado grafeno - uma folha de carbono com apenas um átomo de espessura - vem chamando a atenção do mundo todo pelas suas qualidades excepcionais.

Mas os estudos envolvendo o grafeno vinham-se concentrando na fabricação de componentes eletrônicos e de fibras ultrarresistentes para uso em aviões e carros.

Agora, uma equipe internacional de pesquisadores descobriu como criar uma espécie de "tapete voador" de grafeno capaz de carregar medicamentos anticâncer para o local exato onde eles são necessários, evitando os efeitos colaterais danosos.

"Essas tiras de grafeno cheias de medicamentos são introduzidas na corrente sanguínea em solução e, em seguida, viajam através da corrente sanguínea como 'tapetes voadores' em nanoescala," explica o Dr. Zhen Gu, da Universidade da Carolina do Norte (EUA).

Ou seja, o "tapete voador" de grafeno funciona mais como um "tapete nadador".

O "tapete voador" é formado por grafeno com duas drogas anexas - TRAIL e doxorrubicina (Dox).
[Imagem: Zhen Gu]

Entrega seletiva

A técnica consiste em anexar duas drogas - TRAIL e doxorrubicina (Dox) - em tiras de grafeno. A TRAIL é mais eficaz quando aplicada sobre a membrana externa da célula cancerosa, enquanto a Dox é mais eficaz quando chega ao núcleo da célula.

Anexar as duas drogas à folha de grafeno permitiu aplicá-las em sequência, obtendo um resultado superior ao obtido com os medicamentos isolados.

Quando o "tapete voador" entra em contato com uma célula de câncer, receptores na superfície da célula prendem-se às moléculas de TRAIL, que são então separadas do grafeno por enzimas comuns na superfície das células cancerosas.

Livre das moléculas de TRAIL, a folha de grafeno carregada de Dox é assimilada pela célula. O ambiente ácido dentro da célula promove a separação da Dox do grafeno, e o medicamento pode então atacar o núcleo, matando a célula doente.

Os testes foram feitos em tumores de câncer de pulmão em animais de laboratório.

"Nós estamos agora tentando obter financiamento para apoiar estudos pré-clínicos adicionais a fim de determinar a melhor forma de proceder com esta nova técnica," disse o Dr. Gu.

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