26/07/2017

Supercâmera filma vírus atacando célula

Redação do Diário da Saúde

Vídeo microscópico

Um novo microscópio mostrou-se poderoso o suficiente para filmar um vírus no ato de infectar uma célula.

Esta nova "câmera de vírus" 3D permitirá monitorar, em tempo real, pequenos germes virais enquanto eles se movimentam para nos atacar.

No vídeo de demonstração do microscópio é possível ver como um lentivírus se sacode e movimenta velozmente através de uma área um pouco mais larga do que o diâmetro de um fio de cabelo humano.

Agora, a equipe quer ampliar a técnica para criar uma câmera multifuncional, que permitirá ver não só os vírus, mas também as membranas celulares - que são muito maiores - que eles estão tentando atravessar.

"O que estamos tentando investigar são os primeiros contatos do vírus com a superfície celular - como ele chama os receptores e como ele lança seu envelope. Queremos assistir esse processo em tempo real, e para isso precisamos ser capazes de travar no vírus desde o primeiro momento," disse o professor Kevin Welsher, da Universidade Duke (EUA).

Supercâmera filma vírus atacando célula
O microscópio filma o vírus conforme ele se agita velozmente em torna da célula.
[Imagem: Shangguo Hou et al. - 10.1364/OL.42.002390]

Filmar vírus

Este não é o primeiro microscópio que consegue rastrear movimentos 3D em tempo real de partículas virais individuais. Mas a nova câmera de vírus, construída por Welsher e por seu colega Shangguo Hou, consegue rastrear partículas que são mais rápidas e menos brilhantes em comparação com os microscópios anteriores.

A capacidade de detectar partículas menores e menos brilhantes é particularmente importante para o rastreamento de vírus. Esses pequenos pacotes de proteínas e DNA não produzem naturalmente nenhuma luz. Então, para vê-los sob um microscópio é preciso primeiro colocar algo fluorescente sobre eles. Mas muitas partículas fluorescentes, como os pontos quânticos, são bastante grandes em comparação com o tamanho da maioria dos vírus. É mais ou menos como grudar uma bola de futebol (o ponto quântico) em uma bola de tênis (o vírus), o que traz uma boa chance de afetar a forma como o vírus se move e interage com as células.

O novo microscópio pode detectar a luz mais fraca emitida por proteínas fluorescentes muito menores - para seguir na comparação com as bolas, se o vírus é uma bola de futebol, a proteína é do tamanho de uma ervilha. As proteínas fluorescentes também podem ser inseridas no genoma viral, o que permite que elas sejam incorporadas no vírus à medida que estão sendo montadas.

Filmar a infecção viral

Agora que o microscópio de rastreamento de vírus está funcionando, a equipe já está se dedicando a construir um microscópio de varredura a laser que também poderá mapear as superfícies das células próximas, o que permitirá ver a paisagem completa do campo de batalha no qual o vírus ataca as células.

"Então, se sabemos onde a partícula viral está, também podemos filmar ao redor e reconstruir onde a partícula está indo," diz Welsher. "Esperamos adaptar isso para capturar a infecção viral em tempo real".

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