23/06/2017

Seres humanos estão evoluindo para se tornar vegetarianos?

Redação do Diário da Saúde
Seres humanos estão evoluindo para se tornar vegetarianos?
Este gráfico mostra a frequência de um alelo vegetariano e um alelo de frutos do mar/carne, duas versões do mesmo gene, nos últimos 30 mil anos nas populações europeias. As tendências eram opostas para os dois alelos e ambos mudaram após a revolução neolítica.
[Imagem: Kaixiong Ye]

Evolução alimentar

Se você acha que o vegetarianismo é um fenômeno recente, é melhor pensar de novo.

Na verdade, parece que a humanidade está lentamente traçando seu caminho de um passado carnívoro para um futuro mais próximo ao vegetarianismo.

Mudanças na dieta dos povos europeus após a introdução da agricultura, há mais ou menos 10.000 anos, levaram a adaptações genéticas que favoreceram as tendências alimentares da nova época.

Antes da Revolução Neolítica, que começou há cerca de 10 mil anos, as populações europeias eram caçadoras-coletoras que ingeriam dietas de origem animal e alguns frutos do mar. Mas, após o advento da agricultura, que surgiu no sul da Europa há cerca de 8 mil anos e depois se espalhou para o norte, os agricultores europeus mudaram para as dietas primordialmente centradas em vegetais.

E isto alterou sua genética.

Genética vegetariana

Uma equipe da Universidade Cornell (EUA) reuniu dados de mais de 25 estudos que examinaram o DNA de fósseis e restos arqueológicos (de 30 mil até cerca de 2.000 anos atrás) de antigas populações humanas e compararam com o DNA das atuais populações. O que se verificou é que essas práticas alimentares se refletem nos genes dos europeus.

As adaptações ocorreram em uma importante região genômica que inclui três genes de ácidos graxos dessaturase (FADS). Diferentes versões do mesmo gene FADS1, denominadas alelos, corresponderam aos tipos de dietas que foram adotadas ao longo da história.

"O estudo mostra que a dieta tem desempenhado um papel marcante na evolução das populações humanas," escrevem Alon Keinan e Kaixiong Ye. "As alterações nas dietas mudaram instantaneamente quais alelos eram vantajosos, um resultado da seleção natural marcada pelo nível que um gene crucial é expresso".

Genômica nutricional

A dupla afirma que estes resultados têm implicações para o emergente campo da genômica nutricional, chamado nutrigenômica.

Este campo de pesquisas propõe que cada pessoa pode ter uma dieta mais adequada se seguir o tipo de alimento favorecido pelo seu genoma.

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