23/03/2009

Saúde lança campanha de alerta sobre riscos da tuberculose

Cláudia Xavier

Todos contra a tuberculose

"Todos podemos combater a tuberculose". É com este tema que a Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde, deflagra, de 23 de março a 4 de abril, campanha que integra a programação para marcar do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, em 24 de março.

Durante o período, em todas as Unidades Básicas de Saúde do Município, serão fixadas faixas e cartazes com a advertência de que a incidência de tosse por mais de três semanas pode ser tuberculose e deve ser investigada.

"Queremos alertar tanto os usuários quanto os profissionais sobre a necessidade de se investigar os casos de tosse, uma vez que a doença tem cura, mas também é de fácil transmissão quando não tratada", explica a enfermeira sanitarista, Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde (Visa) da Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo Maria do Carmo, em 2008, foram registrados no Município 321 novos casos de tuberculose sendo que, desses, 69% eram pacientes do sexo masculino; 93,5% tinham idade acima de 15 anos e 55% (177 pessoas) se encontravam no estágio transmissível da doença. "Nesses casos, normalmente, os familiares e as pessoas mais próximas ficam expostas ao risco de também contraírem a doença", disse a enfermeira.

Busca ativa

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza neste período campanha de busca ativa de sintomáticos respiratórios com o objetivo de aumentar o índice de cobertura dos casos. "É necessário que o profissional de saúde esteja sensibilizado para o problema", diz Maria do Carmo.

Além do esforço para ampliar o número de diagnósticos, a Secretaria Municipal de Saúde investe também no incentivo ao tratamento supervisionado, uma vez que, em 2007, 12% abandonaram o tratamento antes que a doença fosse curada. O tratamento supervisionado consiste em observar a tomada do medicamento pelo paciente.

Um dos principais problemas para o controle da doença em Campinas, e no Brasil, é a falta de continuidade no tratamento. À medida em que o paciente percebe o desaparecimento dos sintomas nos primeiros dias da medicação, ele acaba abandonando a terapia e adquirindo resistência à medicação convencional. O tratamento, disponível em toda a rede municipal de saúde, é gratuito e capaz de curar quase a totalidade dos casos.

Cobertura

A Secretaria Municipal de Saúde dispõe de ampla cobertura para tratamento da doença. São 62 Unidade Básicas de Saúde; a Policlínica II, que é referência regional para casos de multi-resistência e para casos específicos encaminhados pelos centros de saúde.

As baciloscopias são feitas pelo Laboratório Municipal de Patologia Clínica e o Instituto Adolfo Lutz realiza as culturas, além do Centro de Referência em DST/Aids, que atua em parceria com a Vigilância nos casos de co-infecção. Os hospitais Mário Gatti, Celso Pierro e de Clínicas da Unicamp atuam na retaguarda para as intercorrências dos casos.

Sobre a tuberculose

A tuberculose é uma doença causada por um micróbio chamado bacilo de Koch. Ataca principalmente os pulmões e quando não tratada torna-se um enfermidade grave. A doença tem cura.

O tratamento dura seis meses e os remédios são fornecidos nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). A medicação é gratuita e deve ser tomada rigorosamente para que a cura seja garantida. Não é necessário o isolamento do doente.

Algumas medidas ajudam a evitar a doença: vacinar as crianças com BCG ao nascer, arejar a casa para permitir a entrada do sol, alimentar-se de forma saudável e levar as pessoas que moram com doentes para serem examinadas. A forma de contágio é pelo ar que as pessoas respiram, quando os doentes tossem, espirram ou falam.

Os sintomas da tuberculose são tosse por mais de três semanas, dor no peito, perda de peso, febre baixa, principalmente no final da tarde, e falta de apetite. Depois de três semanas de tratamento, não haverá mais risco de contaminar outras pessoas.

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