04/07/2013

Ribossomos sintéticos poderão levar a novos antibióticos

Redação do Diário da Saúde

Vidas exóticas

Cientistas norte-americanos conseguiram pela primeira vez construir ribossomos em laboratório.

Os ribossomos são estruturas responsáveis por gerar todas as proteínas e enzimas em nossos corpos.

O feito, que promete levar ao desenvolvimento de novos antibióticos, também poderá ajudar a fabricar proteínas modificadas, diferentes das existentes na natureza.

Segundo o grupo, eles ajustaram seus ribossomos artificiais para "produzir novas proteínas, com funções exóticas, que seria difícil, se não impossível, de serem fabricadas em organismos vivos."

Essa área de pesquisas, sempre envolta em controvérsias e discussões éticas, é conhecida como biologia sintética:

Michael Jewett (Universidade Northwestern) e George Church (Universidade de Harvard) adotaram uma técnica de tentativa e erro, algo como fazer um bolo sem saber a receita.

"Nossa abordagem é um esquema de síntese 'tudo na mesma panela', em que jogamos genes que codificam o RNA ribossomal, proteínas naturais e enzimas adicionais de uma célula de E. coli, tudo num tubo de ensaio, e isto leva à construção de um ribossoma," disse Jewett.

Segundo ele, o feito é importante na busca de capacitação para criar novas formas de vida em laboratório.

Ribossomos naturais e sintéticos poderão levar a novos antibióticos
Esta é a primeira vez que a estrutura de um ribossomo bacteriano é vista átomo por átomo, embora outra equipe já tenha conseguido sintetizar um ribossomo artificial sem ter uma receita detalhada.
[Imagem: Berkeley Lab]

Estrutura do ribossomo

Colocar "tudo na mesma panela" e ver o que acontece pode ter dado seus resultados, mas ainda é essencialmente um processo sem controle, em que as virtuais "novas formas de vida" emergirão quase ao acaso.

Mas a falta de conhecimento básico sobre o próprio ribossomo pôde ser vista com a publicação de um outro estudo, praticamente no mesmo dia do anúncio do ribossomo sintético, na revista Science.

Jamie Cate e seus colegas dos Laboratórios Berkeley (EUA) divulgaram a primeira imagem de um ribossomo com resolução atômica.

Segundo o grupo, esta é a primeira vez que se vê a estrutura átomo por átomo de um ribossomo ligado à molécula que controla seu movimento.

O grande interesse nestas pesquisas é que o estudo da estrutura do ribossomo de bactérias pode levar ao desenvolvimento de novos antibióticos - na eventualidade de mostrar alguma "fraqueza" que possa ser alvejada por moléculas específicas.

"Quanto melhor nós entendermos como os ribossomos bacterianos funcionam, mais nós poderemos encontrar formas novas de interferir com eles," disse Cate.

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