13/04/2017

Já é possível reverter o envelhecimento em células

Redação do Diário da Saúde
Já é possível reverter o envelhecimento celular
A descoberta mostra uma possibilidade real de reverter a senescência celular, quebrando o paradigma científico da irreversibilidade do envelhecimento.
[Imagem: DGIST]

Paradigma do envelhecimento

Pesquisadores coreanos descobriram uma substância que conseguiu reverter o envelhecimento celular.

Além disso, eles identificaram o mecanismo de reversão do envelhecimento explorado pela substância, o que abre caminho para outras formas de explorá-lo.

Ainda não se trata de uma fonte da juventude que se poderá comprar na farmácia no futuro próximo, já que os experimentos foram realizados até agora apenas em culturas de células e em modelos animais - mas todo o processo de envelhecimento tem por base alguma forma de degeneração celular, mostrando o quanto os resultados são promissores.

Na verdade, a equipe do professor Park SangChul, do Instituto de Ciência e Tecnologia Daegu Gyeongbuk, afirma que suas pesquisas para reverter o processo de senescência questionam o paradigma científico atual sobre o assunto, que estabelece a irreversibilidade do envelhecimento - os cientistas majoritariamente acreditam que o envelhecimento não pode ser revertido.

Lisossomas e mitocôndrias

O envelhecimento é um fenômeno que ocorre quando a capacidade de uma célula para se dividir e crescer deteriora-se. Em um organismo, essa deterioração resulta na degradação do corpo e no surgimento das chamadas doenças senis.

Para reverter o processo de envelhecimento, a equipe procurou por fatores que poderiam controlar a deterioração celular e, a seguir, tentou descobrir substâncias que poderiam restaurar a capacidade de divisão celular.

Eles descobriram que uma molécula chamada KU-60019, um inibidor da proteína ATM - por sua vez uma enzima de fosforilação - recupera as funções das células que estão envelhecendo através da ativação de funções lisossômicas e da indução da proliferação celular.

A degradação dos lisossomas, que são organelas responsáveis pela autofagia e pela decomposição de biopolímeros na célula - proteínas e lipídios -, leva à senescência celular porque permite que se acumulem biomoléculas que deveriam ser removidas, provocando instabilidade do metabolismo - por exemplo, mitocôndrias disfuncionais que precisariam ser removidas não o são, um fenômeno que já se mostrou estar associado com doenças neurodegenerativas.

A grande descoberta da equipe é que, à medida que o envelhecimento das células avança, a proteína ATPase vacuolar (v-ATPase), envolvida na regulação da atividade dos lisossomas, é fosforilada pela proteína ATM, e a força de ligação entre as unidades que constituem a v-ATPase é enfraquecida, de modo que a função dos lisossomas se deteriora.

Reversão do envelhecimento humano

O passo final, então, foi comprovar que a recuperação reversível do envelhecimento é possível através da regulação da ativação da proteína ATM pela substância KU-60019, levando a uma redução da fosforilação da v-ATPase. Isto induz a recuperação da função mitocondrial e a recuperação funcional do sistema de lisossoma e autofagia.

A comprovação foi feita em culturas de células e também induzindo a cicatrização de feridas em modelos animais de envelhecimento.

"A significância e a implicação deste estudo é que é possível reverter a deterioração de células envelhecidas inibindo e restaurando a degradação da função lisossômica. No futuro, continuaremos a realizar estudos que estendam a expectativa de vida dos seres humanos por meio da verificação e validação da eficácia e segurança [desses mecanismos] através de modelos animais do envelhecimento," disse o professor Park SangChul.

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