31/10/2014

Proteína do carrapato prestes a virar remédio contra o câncer

Com informações da Agência Brasil
Proteína do carrapato prestes a virar remédio contra o câncer
Além da febre maculosa, o carrapato-estrela pode causar uma reação alérgica à ingestão de carne vermelha, com risco de vida para o paciente.
[Imagem: Wikipedia/CDC/Christopher Paddock/James Gathany]

Uma molécula produzida a partir da saliva do carrapato Amblyomma cajennense, conhecido como carrapato-estrela, está em processo de desenvolvimento para se tornar um medicamento contra o câncer.

A descoberta, feita por pesquisadores do Instituto Butantan, surpreendeu porque o carrapato-estrela é o mesmo transmissor da altamente letal febre maculosa.

Em 2012 a equipe já havia constatado que a proteína da saliva do carrapato matava células de câncer em culturas de laboratório.

Agora eles confirmaram os efeitos em cobaias - camundongos e coelhos - e já aguardam autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para testar a nova droga em humanos.

Os novos experimentos confirmaram que o fármaco é capaz de destruir os tumores cancerígenos sem causar danos às células saudáveis.

De fármaco a medicamento

O Instituto Butantan já solicitou a patente do fármaco em território nacional e internacional, e os pesquisadores já estabeleceram uma metodologia para a produção do composto em grandes quantidades.

"Se vamos propor uma nova molécula, temos que ter um sistema de produção que dê conta, para virar de fato um medicamento," explicou Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, coordenadora da pesquisa.

Além disso, já foi feita a formulação, que é a transformação da molécula em produto. "Foi analisada a estabilidade, para ter certeza de que é possível mantê-lo em um frasco por um tempo determinado para que possa viajar e chegar ao destino", detalhou.

"Ainda não é possível dizer se vamos conseguir ter um resultado melhor em humanos somente com a molécula," disse Ana Marisa, acrescentando que será preciso investigar se haverá necessidade de combinar o medicamento com outros tipos de tratamentos já estabelecidos, como a quimioterapia.

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