01/08/2017

Pessoas generosas vivem vidas mais felizes

Redação do Diário da Saúde
Pessoas generosas vivem vidas mais felizes
"Você não precisa se tornar um mártir autossacrificado para se sentir mais feliz. Ser só um pouco mais generoso será suficiente."
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Brilho caloroso

O que alguns já sabiam há muito tempo, outros acham difícil de acreditar: Pessoas preocupadas com o bem-estar de seus semelhantes são mais felizes do que aquelas que se concentram apenas em sua própria prosperidade.

Fazer algo de bom para alguém dá a muitas pessoas uma sensação agradável que os pesquisadores do comportamento chamam de "brilho caloroso".

Como essa sensação já foi detectada em inúmeros estudos comportamentais, Philippe Tobler e Ernst Fehr, da Universidade de Zurique (Suíça), se juntaram a um time internacional de pesquisadores para tentar elucidar se esse "brilho caloroso" pode ser realmente caracterizado como uma emoção. Para isso, eles decidiram estudar como essa sensação se revela no cérebro.

Os resultados fornecem uma visão muito esclarecedora sobre a interação entre altruísmo e felicidade, indicando que não é preciso ser uma pessoa totalmente abnegada e muito menos doar todos os seus bens para se tornar mais feliz por ajudar os outros.

Pouca generosidade é suficiente

Nos experimentos, as pessoas que se comportavam generosamente se mostraram mais felizes mais tarde do que aquelas que se comportaram mais egoisticamente.

E a "quantidade" de generosidade não influenciou o aumento do contentamento. "Você não precisa se tornar um mártir autossacrificado para se sentir mais feliz. Ser só um pouco mais generoso será suficiente," disse Philippe Tobler.

Enquanto os participantes tomavam a decisão de se comportar ou não se comportar de forma generosa, os pesquisadores examinavam a atividade em três áreas dos seus cérebros: na junção temporoparietal (onde o comportamento prossocial e a generosidade se manifestam), no estriado ventral (geralmente associado à felicidade) e no córtex orbitofrontal (onde pesamos os prós e os contras durante os processos de tomada de decisão).

Essas três áreas do cérebro interagiram de forma diferente, dependendo se os participantes do estudo se comprometiam com a generosidade ou com o egoísmo.

Prática da generosidade em busca da felicidade

Curiosamente, simplesmente prometer se comportar generosamente no futuro durante os experimentos era suficiente para ativar a área altruística do cérebro e intensificar a interação entre essa área e a área associada à felicidade.

"É notável que a intenção, por si só, gera uma mudança neural, antes de a ação ser realmente implementada," comentou Tobler.

Ele acredita que isso pode ser usado de forma prática. "Prometer se comportar generosamente pode ser usado como uma estratégia para reforçar o comportamento desejado, por um lado, e para se sentir mais feliz, por outro," disse Tobler.

"Ainda há algumas questões em aberto, tais como: A comunicação entre essas regiões cerebrais pode ser treinada e fortalecida? Em caso afirmativo, como? E será que o efeito dura quando é usado deliberadamente, isto é, pode uma pessoa apenas se comportar generosamente para se sentir mais feliz?" ponderou Soyoung Park, coautor do estudo.

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