28/01/2016

OMS vê avanço explosivo do vírus zika

Com informações da BBC

Surto explosivo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu convocar um comitê de emergência para enfrentar o surto de zika que já atingiu vários países e foi considerado "explosivo" pela organização.

"O nível de preocupação é alto assim como o nível de incerteza. Os questionamentos são muitos. Precisamos de respostas rapidamente", disse em um discurso em Genebra nesta quinta-feira a diretora-geral da organização, Margaret Chan.

"O explosivo avanço do vírus zika a novas áreas geográficas, onde a população tem baixa imunidade, é outro motivo de preocupação, especialmente diante do possível elo entre a infecção durante a gravidez e o nascimento de bebês com microcefalia."

Relação incerta

A organização, ao contrário do governo brasileiro, não estabelece como certa a relação entre o vírus zika e a microcefalia.

"Ainda que o elo causal entre a infecção pela zika durante a gravidez e a microcefalia não tenha sido - e enfatizo isso - estabelecido, as evidências circunstanciais são sugestivas e extremamente preocupantes. Um aumento da ocorrência de sintomas neurológicos, notados em alguns países em coincidência com a chegada do vírus, aumentam a preocupação", prosseguiu Chan.

"Por todas estas razões, decidi convocar um Comitê de Emergência de acordo com as Regulamentações Internacionais de Saúde. O comitê vai se reunir em Genebra na segunda-feira, 1º de fevereiro."

"Pedirei ao comitê aconselhamento sobre o nível apropriado de preocupação internacional e sobre medidas recomendadas que devem ser tomadas em países afetados (pelo zika vírus) e em outros lugares. Também pedirei ao comitê que priorize áreas nas quais as pesquisas (a respeito da doença) são necessárias com mais urgência", acrescentou Chan.

Vacina contra zika

O vírus zika, que já se espalhou por ao menos 21 países das Américas, foi associado à microcefalia em bebês, e mais de 4 mil casos no Brasil estão sendo investigados pelo Ministério da Saúde. Há, segundo o órgão, 270 casos confirmados da má-formação.

Não há cura para o vírus. A busca por uma vacina já começou e está sendo liderada por cientistas da Universidade do Texas. Eles visitaram o Brasil para coletar amostras e as levaram para análise em um laboratório de alta segurança em Galveston, Texas.

Scott Weaver, diretor do Instituto de Infecções Humanas e Imunidade, afirmou que as pessoas estão certas em temer o vírus.

"Com certeza é um risco considerável e se a infecção do feto ocorrer e a microcefalia se desenvolver, não temos a capacidade de alterar o resultado daquilo que é uma doença muito ruim e que, às vezes, é fatal ou deixa crianças incapacitadas mentalmente para o resto da vida", afirmou.

Histórico do vírus zika

O vírus zika foi descoberto em macacos em 1947 na Floresta Zika, em Uganda.

O primeiro caso humano foi registrado na Nigéria em 1954, mas, durante décadas, o zika não parecia ser uma grande ameaça e foi praticamente ignorado pela comunidade científica.

Foi apenas depois de um surto na ilha de Yap, na Micronésia, em 2007, que os pesquisadores começaram a se interessar pela doença.

Weaver diz que ano passado o vírus "explodiu", atingindo o Caribe e a América Latina, "provavelmente infectando alguns milhões de pessoas".

Os sintomas em adultos e crianças são parecidos com o da dengue, porém mais suaves: dores pelo corpo parecidas com as que ocorrem em casos de gripe, inflamação nos olhos, dores nas juntas e manchas vermelhas no corpo. Mas algumas pessoas não apresentam sintomas.

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