30/01/2009

Número de transplantes no Brasil cresceu 10% em 2008

Alex Rodrigues - Agência Brasil

Transplantes feitos no Brasil

Mais de 19 mil transplantes foram feitos durante o ano passado. O número, divulgado pelo Ministério da Saúde, representa um aumento de quase 10% em comparação ao total de procedimentos realizados em 2007.

Das 19.125 cirurgias registradas em 2008, as de córneas surgem em primeiro lugar, com 12.825 casos e um aumento de 12% em relação a 2007. Em seguida vêm os transplantes de rim (3.154), medula óssea (1.582), fígado (1.110), coração (205) e rim (127). O ministério também elenca, com números menores, os transplantes de pulmão (53), pâncreas (43) e fígado/rim (26).

Aumento de doadores

De acordo com o ministério, o crescimento se deve a uma série de fatores como, por exemplo, a divulgação de campanhas de sensibilização, a ampliação do número de famílias que autorizam a doação de órgãos e o maior número de doadores vivos.

O ministério também destaca o que classifica como "melhorias na captação nacional de órgãos", a exemplo do incremento no número de centros para a realização dos transplantes. Em 2007, afirma o ministério, em nota, o Sistema Nacional de Transplantes contava com 892 unidades. Em 2008, esse número subiu para 942.

O secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, afirma que essa estrutura ainda pode crescer mais. Beltrame destaca que a captação de órgãos é parte de um trabalho complexo que exige tempo, e não somente recursos financeiros. "[Este] É um desafio não só do ministério, mas sobretudo das secretarias estaduais de Saúde e da própria rede hospitalar brasileira", diz o secretário.

Misturando os órgãos

O presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Walter Duro Garcia, comemorou os resultados, que considera "uma retomada" dos bons índices verificados entre 1998 e 2004. Mesmo assim, ele questiona a metodologia adotada pelo ministério, que soma o total de todos os órgãos transplantados.

"Eu não posso colocar todos os órgãos juntos. Se eu estou precisando, por exemplo, de um fígado ou de um coração e o número de doadores destes órgãos diminuírem, eu vou ter menos transplantes. E aí, se forem feitas muitos transplantes de córnea, ao englobar tudo eu escondo".

Quedas e acréscimos

Entre os dados divulgados hoje, o ministério informa que os transplantes de pâncreas diminuíram 45% no último ano. Os de fígado e rim, 21%. Enquanto os transplantes de coração aumentaram 29%, os de medula cresceram apenas 1%. Outros resultados positivos foram: fígado (14%); córnea (12%); rim/pâncreas (9%); pulmão (6%) e rim (4%).

Segundo o ministério, cerca de 95% dos transplantes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que também subsidia todos os medicamentos imunossupressores de que os pacientes necessitam.

Os estados que realizaram o maior número absoluto de transplantes foram São Paulo (8.687), Minas Gerais (2.097) e Paraná (1.544). Já o Acre realizou, em 2008, seus dois primeiros transplantes de rim.

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