25/08/2009

Menino britânico sobrevive a duas leucemias e três transplantes

Jane Elliott - BBC
Menino britânico sobrevive a duas leucemias e três transplantes

[Imagem: BBC]

O sobrevivente

Um menino britânico de dez anos, portador de uma síndrome rara, conseguiu sobreviver duas vezes à leucemia e também a três transplantes de medula e a cinco hemorragias cerebrais.

Os médicos afirmam que o fato de Oscar Parry ainda estar vivo é um milagre. O menino, que mora no sudeste da Grã-Bretanha, já voltou à escola e também participa de campanhas para levantar verbas para o hospital onde fez tratamento, o Great Ormond Street, de Londres.

Parry nasceu com uma desordem rara chamada Síndrome de Noonan, que fez com que ele tivesse um problema cardíaco e fosse menor do que as crianças normais.

Aos três anos de idade o menino desenvolveu leucemia linfoblástica aguda, uma das formas mais comuns da doença.

Tratamento

Inicialmente, Oscar Parry foi tratado com doses baixas de quimioterapia, que funcionaram bem. Mas, depois de três anos de tratamento, ele foi diagnosticado com um tipo de leucemia mais raro e mais agressivo, que poderia ser curado apenas com um transplante de medula óssea.

Depois de três meses, foi encontrado um doador compatível e Parry passou pelo primeiro transplante. Mas sua recuperação não foi satisfatória e ele precisou de uma cirurgia para remover o baço, o que deu bons resultados por um tempo.

Quando tudo estava pronto para ele voltar para casa, a leucemia voltou e um segundo transplante de medula, de um tipo mais experimental, foi necessário.

Paul Veys, médico de Parry no hospital Great Ormond Street, afirmou que o menino tinha apenas 10% de chances de sobreviver.

Parry então desenvolveu uma doença autoimune, na qual as células do novo doador começam a atacar as do corpo do paciente.

Este problema não é tão incomum depois de um transplante, mas Parry estava muito doente e passou semanas na unidade de terapia intensiva devido às infecções.

"Havia vezes em que Oscar estava na terapia intensiva e nós pensamos que ele não iria conseguir", afirmou a mãe de Oscar, Yvonne Parry. "Na primeira vez que ele foi para a terapia intensiva e teve hemorragia cerebral, eu já estava cuidando de seu funeral."

"Ele tinha uma doença genética e duas, possivelmente três, leucemias", disse Veys. "Ele precisou de três transplantes, o terceiro com células especializadas - ele foi a primeira criança na Grã-Bretanha que recebeu este tratamento."

"No final das contas, você faz um transplante e tenta curar a leucemia, ela volta, você faz um segundo transplante de um jeito diferente, fazendo com que as novas células lutem como loucas, mas então elas lutam demais e temos que desligá-las e esta foi a razão para o terceiro (transplante com) células especializadas, e as chances de ele sobreviver eram realmente muito pequenas."

A volta para casa

A mãe de Oscar, Yvonne Parry, disse que agora o menino voltou para casa, mas sofre de osteoporose, por ter sido tratado com esteroides durante dois anos.

O crescimento dele também foi paralisado durante o tratamento e seus dentes não foram substituídos depois que ele os perdeu.

Esta situação começou a melhorar e Oscar, agora com dez anos, já se gaba por ser mais alto que seu irmão de quatro anos, Finn.

"Voltamos para casa em junho de 2007 e não voltamos (para o hospital) desde então, o sistema imunológico dele está funcionando com cerca de 75% (da capacidade)", disse Yvonne.

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