30/10/2013

Médicas são melhores que médicos?

Redação do Diário da Saúde
Médicas são melhores que médicos?
Em média, os médicos do sexo masculino relataram quase 1.000 atendimentos a mais por ano em comparação com as suas colegas do sexo feminino.
[Imagem: Université de Montréal]

Dr. ou Dra.?

A qualidade dos cuidados prestados pelas médicas é superior àquele prestado pelos seus colegas homens, pelo menos quando se leva em conta a adesão aos protocolos de atendimento.

Por outro lado, a produtividade dos médicos é maior que a das médicas.

Segundo Valérie Martel, Roxane Borges e Régis Blais, da Universidade de Montreal (Canadá), "eles" atendem mais, enquanto "elas" seguem melhor as normas de atendimento, o que, para o grupo, significa que elas atendem melhor.

Seguindo o manual

O trio chegou a esta conclusão depois de estudar as informações de mais de 870 profissionais de saúde de Quebec (metade dos quais eram mulheres) com relação à sua rotina de atendimento de pacientes diabéticos idosos.

"As mulheres tiveram escores significativamente mais elevados em termos de conformidade com as diretrizes da prática. Elas são mais propensas do que os homens a prescrever os medicamentos recomendados e planejar os exames necessários," explica Martel.

Para avaliar a qualidade dos cuidados oferecidos por médicos e médicas, os pesquisadores basearam-se nas recomendações da Associação Canadense de Diabetes, que fornece diretrizes claras para o tratamento clínico da doença.

Como o Comitê de Saúde Pública de Quebec (Régie de l' assurance maladie du Québec) possui um banco de dados que inclui informações completas sobre todos os procedimentos médicos, os pesquisadores puderam comparar criteriosamente o trabalho dos médicos e das médicas.

Utilidade

Em cada caso, os testes estatísticos confirmaram uma diferença numericamente pequena entre os médicos homens e mulheres - mas interpretada pelos pesquisadores como "muito significativa".

Entre os médicos de meia-idade, três em cada quatro mulheres (75%), por exemplo, pediram que seus pacientes se submetessem a um exame oftalmológico, contra 70% dos seus homólogos masculinos; 71% delas prescreveram os medicamentos recomendados, em comparação com 67% dos médicos do sexo masculino. Uma proporção similar prescreveu estatinas (68% vs 64%), enquanto 39% das médicas pediram que seus pacientes se submetessem a um exame completo, contra 33% dos médicos do sexo masculino.

Em termos de produtividade, há uma inversão. Em média, os médicos do sexo masculino relataram quase 1.000 atendimentos a mais por ano em comparação com as suas colegas do sexo feminino.

Os pesquisadores reconhecem que seu trabalho tem limitações.

"Por exemplo, não se sabe se as prescrições e recomendações médicas para exames foram seguidas. Mas as diferenças continuam significativas. Elas nos dizem sobre diferenças na prática médica que devem ser levadas em consideração," disse a Dra. Roxane.

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