07/01/2011

Lidar com a morte reforça sentido da vida

Redação do Diário da Saúde
Lidar com a morte reforça sentido da vida
Profissionais de saúde que lidam constantemente com a morte destacam que isso reforça o significado do presente e sua curiosidade sobre a continuidade da vida.
[Imagem: Gnome/Wikimedia]

Lidando com a morte

Geralmente se supõe que a exposição repetida à morte, incluindo situações onde se vê outras pessoas encaminhando-se inexoravelmente para a morte, têm unicamente um impacto negativo na vida dos profissionais de saúde.

Mas um novo estudo, realizado na Universidade de Calgary, no Canadá, revelou o contrário.

A pesquisa envolveu profissionais de saúde que cuidam de pacientes terminais ou que são responsáveis por cuidados paliativos, em cinco centros de saúde de diversas regiões do país.

O objetivo era descobrir como a morte dos pacientes afeta o trabalho e a vida pessoal dos atendentes e cuidadores.

Uma vez que estes profissionais estão constantemente lidando com a morte e com o morrer, os cientistas acreditam que suas experiências poderiam ajudar outras pessoas a lidarem com a questão.

Sentido da vida

"Os participantes relataram que o seu trabalho constitui uma oportunidade única para eles próprios descobrirem o sentido da vida através dos ensinamentos de seus pacientes, e uma oportunidade para incorporar estes ensinamentos em suas próprias vidas," escreveu Shane Sinclair, responsável pela pesquisa.

"Embora a sociedade ocidental venha sendo descrita como uma cultura que nega a morte, os participantes sentem que sua exposição frequente à morte e ao morrer é largamente positiva, reforçando o significado do presente e a curiosidade sobre a continuidade da vida," explica a pesquisadora.

Os profissionais de saúde afirmaram que estar perto de pessoas que estão morrendo lhes permitiu ter uma melhor compreensão do significado da vida, ajudou-os a se tornarem mais espirituais e a lidar melhor com a sua própria mortalidade.

Lições de vida

"Os participantes relataram a natureza 'pesada' da sua vocação, mas isso foi largamente compensado pelas muitas lições de afirmação da vida que os participantes incorporaram em suas próprias vidas e práticas profissionais," conta.

"Embora o fim da vida seja presumivelmente a fase mais difícil da vida, também pode ser a mais significativa, dando esperança para aqueles que estão vivendo com uma doença incurável, assim como para todos nós, que inevitavelmente teremos de enfrentar a mortalidade no futuro," concluiu Sinclair.

A pesquisa, que foi publicada na edição de dezembro da revista Canadian Medical Association Journal, rendeu à pesquisadora a Governor General's Gold Medal Award, uma das mais altas comendas do país.

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