19/01/2015

Uma em cada cinco mulheres faz histerectomia sem precisar

Redação do Diário da Saúde

Histerectomias em indicações benignas

Embora o número de histerectomias - cirurgias para remoção do útero - estejam diminuindo, um novo estudo com mais de três mil pacientes que se submeteram à cirurgia por indicações benignas revela que as alternativas à histerectomia estão sendo subutilizadas e que as diretrizes de tratamento muitas vezes não são seguidas pelos médicos.

As patologias pós-cirúrgicas mostraram que quase uma em cada cinco (18%) das histerectomias feitas por indicações benignas eram desnecessárias, e que quase duas em cada cinco (37,8%) das mulheres com menos de 40 anos tinham patologias que não exigiam a histerectomia.

Estas conclusões são de uma equipe liderada pelo Dr. Daniel Morgan, da Universidade de Michigan (EUA). Os resultados foram publicados no American Journal of Obstetrics & Gynecology.

Alternativas à histerectomia

Segundo a equipe, mais de 400.000 histerectomias são realizadas apenas nos EUA a cada ano. Cerca de 68% das cirurgias para condições benignas são feitas por causa de sangramento anormal do útero, miomas uterinos e endometriose.

O Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas recomenda alternativas à histerectomia, incluindo tratamentos hormonais, histeroscopia cirúrgica, ablação endometrial e o uso do dispositivo intrauterino levonorgestrel.

A equipe queria aferir se essas alternativas estão mesmo sendo recomendadas para as mulheres com doenças ginecológicas benignas antes da realização da histerectomia e o quanto os resultados patológicos das histerectomias efetivamente realizadas apoiavam a indicação da cirurgia.

Excesso de histerectomias

Os dados mostraram que quase 40% das mulheres não tinham recebido tratamento alternativo antes da histerectomia. Menos de 30% delas receberam terapias alternativas, enquanto 24% foram submetidas a outros procedimentos cirúrgicos menores antes da histerectomia.

O tratamento alternativo foi mais comum entre as mulheres com menos de 40 anos de idade e em mulheres com úteros maiores. Cerca de 68% das mulheres com menos de 40 anos receberam tratamento alternativo, em comparação com 62% na faixa etária de 40-50 e 56% daquelas com 50 anos ou mais.

"Este estudo fornece evidências de que as alternativas à histerectomia estão sendo subutilizadas em mulheres submetidas à histerectomia por sangramento anormal do útero, miomas uterinos, endometriose ou dor pélvica," resumiu o Dr. Morgan.

Recentemente surgiu um fator de risco adicional envolvendo a histerectomia - o próprio instrumento médico usado para realizar a cirurgia:

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