09/08/2011

Hérnia de disco: disco artificial biossintético melhora com o tempo

Redação do Diário da Saúde
Hérnia de disco: disco artificial biossintético melhora com o tempo
Do ponto de vista biológico, os novos discos criam uma "vantagem gigantesca" sobre os implantes tradicionais, segundo os pesquisadores, pela forma como eles se integram e amadurecem com as vértebras.
[Imagem: Bonassar Lab]

Discos da coluna

Todos os anos, milhões de pessoas lidam com dores nas costas e desconforto no pescoço.

Com a intenção de aliviar essas dores tão incômodas, engenheiros e médicos criaram um implante espinhal, de base biológica, que poderá finalmente dar um alívio definitivo a esses pacientes.

"Nós construímos discos que têm os mesmos componentes estruturais e se comportam exatamente como discos reais," afirma Lawrence Bonassar, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.

"A esperança é que esta pesquisa promissora permita a construção de discos que possamos implantar em pacientes cujos discos naturais foram danificados."

Hérnia de disco

Pacientes diagnosticados com doença degenerativa do disco - ou hérnia de disco - passam por uma cirurgia chamada discectomia, que consiste na retirada do disco da coluna vertebral.

Após a remoção, o cirurgião faz uma fusão dos ossos para estabilizar a coluna vertebral.

Apesar da cirurgia, as costas do paciente provavelmente não serão mais as mesmas de antes de sua lesão.

"A cirurgia evita a dor, mas frequentemente limita a mobilidade, podendo prejudicar pessoas com estilo de vida ativo ou até mesmo acabar com a carreira de um atleta profissional," diz Roger Hartl, neurocirurgião da equipe.

Discos da coluna vertebral

Os discos da coluna vertebral humana parecem-se com um pneu, com a parte externa, chamada de ânulo, ou anel, feita de um material rígido, e o círculo interior, o núcleo, feito de uma substância gelatinosa, que fica sob pressão, amortecendo o peso.

Os pesquisadores construíram discos artificiais usando dois polímeros - um colágeno, para formar a parte externa do disco, e um hidrogel chamado alginato, para compor a porção interna.

Eles semearam os implantes com células vivas, para repovoar as estruturas com novos tecidos.

Surpreendentemente, ao contrário dos implantes artificiais atuais, que degradam ao longo do tempo, os cientistas verificaram que seus implantes melhoram à medida que "amadurecem" no corpo, devido ao crescimento das células.

"Nossos implantes mantiveram de 70 a 80 por cento a altura inicial do disco. De fato, as propriedades mecânicas melhoraram com o tempo", diz Bonassar.

Implante de disco

Do ponto de vista biológico, os novos discos criam uma "vantagem gigantesca" sobre os implantes tradicionais, segundo os pesquisadores, pela forma como eles se integram e amadurecem com as vértebras.

Os implantes, ainda não aprovados para uso, poderão tratar uma ampla gama de doenças chamadas doenças degenerativas do disco - uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo.

As cirurgias de hérnia de disco, consideradas de grande porte, se tornariam menos invasiva, mais seguras e com menos efeitos colaterais a longo prazo.

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