01/07/2009

Fábrica de medicamentos genéricos é inaugurada em São Paulo

SES
Fábrica de medicamentos genéricos é inaugurada em São Paulo

[Imagem: Ciete Silvério]

Fábrica pública de genéricos

O Estado de São Paulo terá a primeira indústria pública de medicamentos genéricos no Brasil. A fábrica foi instalada na cidade de Américo Brasiliense, na região de Araraquara.

A fábrica terá capacidade para produzir 21,6 milhões de ampolas e 1,2 bilhão de comprimidos por ano, quando toda a linha de produção estiver em plena operação.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, a expectativa é que em 2010 a unidade esteja produzindo, o que ocorrerá assim que forem concluídos os processos de certificações, registros e validações de sistemas como o de água e dos processos de fabricação dos medicamentos. Essas etapas são obrigatórias e as certificações são expedidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Tecnologia de primeiro mundo

A previsão é que ainda no primeiro semestre do próximo ano sejam validados e comercializados os primeiros lotes de comprimidos e, no início do segundo semestre, os primeiros lotes de injetáveis. Os principais medicamentos produzidos serão produtos genéricos para tratamentos de hipertensão, diabetes, saúde mental e os destinados a doenças cardiovasculares, antiparkinsoniano e para controle de colesterol.

"A fábrica terá a tecnologia mais avançada no mundo no quesito de fabricação de genéricos, com equipamentos importados da Alemanha. A Furp vai ajudar São Paulo e o Brasil na distribuição de remédios", disse Serra.

"A inauguração da nova fábrica da Furp é mais um marco na universalização do acesso à saúde da população. Produzir e distribuir medicamentos genéricos gratuitamente para pacientes de todo o país é mostra do compromisso do governo de São Paulo com a saúde pública", afirmou o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Distribuição dos medicamentos genéricos

A nova unidade foi instalada numa área de 268 mil metros quadrados, com 27 mil metros quadrados de área construída. Até o momento foram investidos na obra R$ 190 milhões. Serão investidos mais R$ 50 milhões até o próximo ano, para a fase de pré-operação. Todos os investimentos estão sendo feitos com recursos do Estado.

A primeira etapa do processo de construção da nova planta foi iniciada em janeiro de 2003. A escolha da cidade de Américo Brasiliense foi estratégica: além de ser em um terreno próprio do governo do Estado, fica em uma região central, o que facilita a distribuição de medicamentos. A fábrica fica próxima de universidades que contam com cursos nas áreas de ciências farmacêuticas, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista.

A região conta ainda com água em abundância e de excelente qualidade (aquífero Guarani), requisitos fundamentais para produção de medicamentos injetáveis. Nesses produtos é utilizado um tipo de água com teor puríssimo (tipo WFI) e, na fabricação de comprimidos, o tipo PW (água pura), que também é indicado para os processos de lavagem de equipamentos.

Sustentabilidade

A nova fábrica foi toda projetada levando em conta a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Entre outras medidas com esse objetivo, foram plantadas aproximadamente 6 mil mudas de árvores em uma área reservada.

Além disso, a nova unidade conta com uma estação de tratamento de efluentes que fará o tratamento de 100% do esgoto industrial e orgânico produzidos no local. Só depois de ser totalmente tratado é que o esgoto poderá ser despejado nos rios. A fábrica também possui um lago onde toda a água acumulada é captada para ser reutilizada na irrigação, entre outras coisas.

Fundação para o Remédio Popular

Maior laboratório público de medicamentos do país, a Fundação para o Remédio Popular completou 35 anos em 2009. Sua produção atual é de aproximadamente 1,8 bilhão de unidades farmacêuticas, entre 80 itens, como antibióticos, antiretrovirais, anti-hipertensivos, dermatológicos, imunossupressor e medicamentos para tratamento de diabetes e saúde mental.

A Furp atua em todo o Estado de São Paulo e em mais de 3 mil cidades brasileiras, atendendo cerca de 5 mil clientes, entre secretarias estaduais de saúde, hospitais públicos, consórcios de municípios, prefeituras, instituições estaduais, federais, municipais e filantrópicas, além de sindicatos e fundações.

A ideia de criar um laboratório que produzisse medicamentos de qualidade para serem distribuídos gratuitamente para a população surgiu em 1967, entre professores e alunos da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da USP. No dia 10 de abril do ano seguinte a Furp foi criada por meio da lei 10.071. Em 9 de março de 1974, entrou oficialmente em atividade, sendo a fábrica de Guarulhos inaugurada em 1984.

Dose certa

Dose Certa é o Programa de Assistência Farmacêutica Básica da Secretaria da Saúde de São Paulo que consiste no fornecimento de medicamentos para os municípios do Estado. Os produtos são - em sua quase totalidade - fabricados pela Furp e entregues para os municípios sem intermediários, conforme cronograma estabelecido.

Desde 1995, quando foi implantado, o Dose Certa já distribuiu gratuitamente mais de 14 bilhões de unidades. Entre os medicamentos - que cobrem a maioria das doenças com maior incidência na população - estão analgésicos, antitérmicos, antibióticos, antiinflamatório, vitaminas, pomadas e medicamentos para tratamento da hipertensão e diabetes.

Criadas em setembro de 2004 pelo governo de São Paulo para ampliar o acesso da população do município de São Paulo aos medicamentos do Programa Dose Certa, as Farmácias Dose Certa já dispensaram nesse período mais de 106 milhões de unidades farmacêuticas até dezembro de 2008.

Nas 21 farmácias, localizadas em pontos estratégicos e de fácil acesso (estações do metrô, da CPTM, de ônibus, hospitais e ambulatórios), são distribuídos gratuitamente 67 tipos de produtos.

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