20/04/2018

Estamos próximos de fabricar um DNA artificial?

Redação do Diário da Saúde
Estamos próximos de fabricar um DNA artificial?
Representação de uma hélice dupla de DNA (direita) e uma imitação de DNA (esquerda). O "DNA artificial" compreende uma única hélice, na qual duas redes de cargas negativas (esferas vermelha e cinza) são posicionadas como as cargas negativas nos dois filamentos de DNA.
[Imagem: Ivan Huc]

Imitação de DNA

Cientistas criaram pela primeira vez uma sequência artificial que imita as características superficiais do DNA.

Eles sintetizaram moléculas helicoidais que imitam com precisão as características superficiais da dupla hélice do DNA e, mais difícil ainda, a posição de suas cargas negativas.

As moléculas sintéticas não apenas imitam as estruturas de suas equivalentes biológicas, como também podem assumir suas funções e podem até mesmo superar o DNA natural, garante a equipe da Universidade de Bordeaux e do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França.

As moléculas artificiais mostraram-se capazes de inibir a atividade de várias enzimas de ligação ao DNA, incluindo a usada pelo HIV para inserir seu genoma no genoma da célula hospedeira.

Segundo Krzysztof Ziach e seus colegas, este feito abre caminho para novas ferramentas farmacológicas baseadas na inibição de interações DNA-proteínas.

DNA artificial

As moléculas de "DNA artificial" são derivadas de foldâmeros aromáticos, moléculas sintéticas com uma forte propensão para adotar conformações dobradas - neste caso, uma hélice.

A imitação é tão convincente que essas estruturas enganam algumas proteínas que normalmente se ligam ao DNA, incluindo a topoisomerase e a integrase do HIV. Os pesquisadores demonstraram que os imitadores sintéticos produzem melhores ligantes para essas enzimas do que o DNA natural, mesmo em baixas concentrações de foldâmeros. Parece que esta eficácia é devida a diferenças sutis entre sua estrutura e a do DNA natural.

Esses imitadores de DNA abrem caminho para abordagens ainda inexploradas para inibir interações DNA-proteína, que poderiam, no futuro, levar a novos medicamentos, dizem os pesquisadores em seu artigo, publicado na revista Nature Chemistry.

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