25/01/2016

Enfrentar o sofrimento ajuda os pacientes e os próprios médicos

Redação do Diário da Saúde
Enfrentar o sofrimento ajuda os pacientes e os próprios médicos
cursos que ensinam empatia a médicos, embora já haja profissionais capazes até de receitar poesias para os pacientes.
[Imagem: Hospital Albert Einstein]

Enfrentar o sofrimento

Quando se trata do trabalho do médico, aliviar o sofrimento não é uma questão que se restrinja ao receituário de medicamentos ou estipular tratamentos.

A questão envolve não apenas o bem-estar do paciente, mas a própria satisfação profissional do médico, que pode encontrar mais significado em seu trabalho conforme percebe que sua ação está impactando positivamente a vida do paciente.

Quando os pacientes sofrem, os médicos tendem a querer consertar as coisas e, quando não conseguem, muitos profissionais ressentem-se emocionalmente, sobretudo aqueles menos afeitos a situações que requerem tratamentos paliativos, por exemplo.

"Os médicos podem ter um papel fundamental na abordagem do sofrimento se puderem expandir a forma como trabalham com os pacientes," escrevem Ronald Epstein (Universidade de Rochester) e Anthony Back (Universidade de Washington).

"Algumas pessoas podem fazer isso instintivamente, mas a maioria dos médicos precisa de treinamento em como responder ao sofrimento - ainda hoje, este tipo de instrução está dolorosamente faltando," acrescentam.

Meditação e inteligência emocional

Back e Epstein fizeram uma revisão da literatura para saber como os médicos vêm abordando o sofrimento. E, apesar da onipresença do sofrimento, eles descobriram poucos artigos na literatura médica sobre o assunto, a maioria publicada em revistas de pequena circulação.

Para eles, há pelo menos duas abordagens clínicas do sofrimento para complementar o tradicional "diagnosticar e tratar".

A primeira abordagem consiste em "voltar-se para o sofrimento", o que significa, em primeiro lugar, reconhecê-lo. Isto exige que os médicos perguntem aos seus pacientes sobre a experiência de sofrimento deles, através de questões simples como "Qual é a pior parte disso para você?" Às vezes os médicos se sentem impotentes em face do sofrimento, e seu próprio desconforto nessas situações pode ser um indicador útil de que é necessário adotar essa abordagem.

A segunda abordagem consiste em "reorientar o foco" para ajudar os pacientes a se reconectarem com o que é importante e significativo em suas vidas, especialmente quando o sofrimento e as suas causas subjacentes não podem ser eliminados. Às vezes isso exige que os médicos sejam solidários com os esforços do paciente para se sentir como um todo e se tornar mais inteiro e mais completo.

Nas duas abordagens, recomendam Back e Epstein, há várias terapias que os médicos podem se valer para ajudar seus pacientes e ajudar a si mesmos, incluindo a meditação e técnicas de inteligência emocional e de autocontrole.

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