12/04/2018

CPI aponta falhas nos testes da pílula do câncer

Com informações da Agência Brasil

Ensaios pouco científicos

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Fosfoetanolamina, da Assembleia Legislativa de São Paulo, concluiu que houve falhas na condução dos testes clínicos por parte da equipe de cientistas incumbida de verificar se a fosfoetanolamina sintética, também conhecida como pílula do câncer, teria ou não algum efeito sobre a doença.

A CPI propôs que novos ensaios clínicos sejam realizados para verificar se a pílula é mesmo eficiente no combate ao câncer. Os estudos, a cargo de cientistas da USP e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), foram inexplicavelmente interrompidos depois que apenas 72 voluntários, dos 200 previstos, haviam participado do ensaio.

Segundo o relator da CPI, deputado Ricardo Madalena (PR), entre as falhas que foram apontadas no relatório de 178 páginas estão a interrupção aleatória dos testes, a falta de planejamento, a deficiência no protocolo de estudos científicos e o descaso diante das expectativas dos pacientes submetidos aos testes.

Em entrevista à Agência Brasil, o relator disse que a CPI, durante todo seu trabalho, verificou que houve "má conduta, equívoco, falta de planejamento e contradição de várias testemunhas", o que o fez concluir que houve falhas na forma como os testes clínicos foram feitos.

Desde que teve início, em outubro do ano passado, a CPI ouviu cerca de 40 pessoas, entre médicos, professores, representantes da secretaria da Saúde, entre outros. Na visão do relator, um dos problemas foi que os testes não tiveram a participação do professor Gilberto Chierice, que fez os estudos iniciais sobre a substância.

Sem confiabilidade

Depois de publicado em Diário Oficial, o que deve ocorrer em duas semanas, o relatório vai ser encaminhado para o Ministério Público, para a Defensoria Pública e para o Poder Executivo.

"Nós apontamos os erros. Investigamos. Agora vamos enviar [o relatório final] para os ministérios públicos Federal e Estadual, para a Procuradoria e para o governador de São Paulo, para poder existir uma apuração mais minuciosa [sobre os testes clínicos]," disse o deputado.

Segundo ele, além de solicitar mais investigação sobre como foram feitos os testes clínicos da substância, o relatório também sugere que sejam realizadas novas pesquisas. "Recomendamos novas pesquisas, porque esta não tem confiabilidade nenhuma em outras instituições e hospitais".

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