19/10/2016

Corpo humano leva 14 dias para se acostumar ao horário de verão

Com informações da BBC
Corpo humano leva 14 dias para se acostumar ao horário de verão
Os efeitos do horário de verão podem ser diferentes para pessoas cujo relógio biológico é diurno ou noturno.
[Imagem: Fiocruz]

Sono e memória

Um estudo realizado aqui no Brasil concluiu que o corpo humano precisa de ao menos 14 dias para se adaptar totalmente ao horário de verão. Enquanto essa adequação não ocorre, são comuns problemas como falta de atenção, de memória e sono fragmentado.

O pesquisador Guilherme Silva Uemura, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, se concentrou em como a mudança no relógio influi na temperatura do corpo humano.

Segundo Uemura, com o adiantar do relógio em uma hora, a temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que antes do horário de verão. Isso aponta para uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso.

Sol fora de hora

No começo do horário de verão, a maior incidência de Sol em horários considerados noturnos faz o organismo atrasar seu ritmo. Isso faz com que a pessoa tenda a ficar mais tempo acordada por sentir sono mais tarde - o que afeta negativamente o sono noturno.

"Essa dessincronização entre diferentes ritmos gera problemas, como distúrbios de sono. A pessoa fica mais propensa a ter défices de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono", disse ele.

A falta de atenção e a fadiga, afirma, podem ser causadores de acidentes de trânsito e acidentes de trabalho.

Os grupos mais afetados são os adolescentes e os jovens adultos, segundo o pesquisador.

Adaptação

Porém, na maioria dos casos, aos poucos o corpo começa a se acostumar com a nova rotina.

"No nosso trabalho nós observamos que 14 dias seria o mínimo necessário para a pessoa se adaptar ao horário de verão", disse Uemura.

Mas, de acordo com ele, embora isso seja menos comum, para algumas pessoas os sintomas podem perdurar até fevereiro, quando ocorre o retorno para o horário normal.

A mudança de horário afeta mais quem tem rotinas mais rígidas de trabalho. Mas, para quem tem maior flexibilidade de tempo, o recomendado é tentar minimizar os efeitos da mudança.

Uma receita é ir acordando 15 minutos mais cedo diariamente, para que a transição ocorra aos poucos.

Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Sono

Memória

Mente

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.