08/02/2017

Celular identifica se alimentos estão contaminados com pesticida

Redação do Diário da Saúde
Celular identifica se alimentos estão contaminados com pesticida
Da presença ou não de pesticidas nos alimentos, até se a pintura de um carro usado foi retocada ou não - o celular vira um leitor de impressões digitais químicas dos objetos.
[Imagem: Fraunhofer IFF]

Maçãs ou carros usados

Brevemente será possível usar seu telefone celular para verificar se os produtos no supermercado são mesmo orgânicos ou se os produtos comuns estão contaminados por pesticidas.

O aplicativo, em fase de finalização, está sendo desenvolvido por programadores do Instituto Fraunhofer (Alemanha).

O programa transforma o celular em um aparelho de análise multiespectral, hoje só presente em laboratórios avançados, permitindo detectar elementos e compostos químicos específicos.

Isto permitirá que os consumidores chequem uma série de informações que hoje eles precisam aceitar passivamente - desde a presença ou não de pesticidas nos alimentos, até se a pintura de um carro usado foi retocada ou não.

Simples e prático

O princípio de funcionamento do aplicativo, chamado HawkSpex, é simples: abra-o, aponte o celular para o objeto que deve ser analisado e leia as informações desejadas - por exemplo, se uma maçã contém resíduos de pesticidas, ou se a tinta do capô é exatamente a mesma tinta do para-lamas do carro.

Embora já existam sistemas que executem essas varreduras, eles exigem o uso de peças adicionais, como um prisma, na frente da câmera do celular. Esses acessórios geralmente são caros, difíceis de encontrar e tornam o uso pouco prático.

"O que torna o nosso aplicativo especial é que os usuários não precisam de nada para fazer um escaneamento além da câmera já integrada em seus smartphones," afirmam Udo Seiffert e Andreas Herzog, criadores do aplicativo.

Escâner multiespectral

Para transformar o celular em um scanner capaz de analisar o espectro dos compostos químicos na superfície de um objeto, a equipe precisou se livrar da necessidade do prisma, que quebra a luz do objeto em seus vários comprimentos de onda, e da câmera multiespectral, que captura o comprimento de onda característico de cada composto químico.

"Como não há câmeras hiperespectrais integradas nos smartphones, nós simplesmente invertemos esse princípio," explica Seiffert. "A câmera nos dá um sensor de três canais de banda larga, ou seja, um sensor que varre todos os comprimentos de onda, e [a tela do celular] ilumina o objeto com diferentes luzes coloridas."

Ou seja, em vez de uma câmara que mede a intensidade luminosa em cores diferentes, a tela do celular ilumina sucessivamente o objeto com uma série de cores diferentes por frações de segundo, enquanto a câmera captura as informações de cada cor. Por exemplo, quando a tela fica vermelha, o objeto só pode refletir a luz vermelha, e a câmera pode detectar apenas luz vermelha. Em uma sucessão de cores, isso gera uma impressão digital química do objeto.

A primeira versão de laboratório do aplicativo está concluída, mas a equipe afirma que está desenvolvendo uma variedade de aplicativos específicos - para frutas e para carros, entre outros - antes que ele possa ser liberado para os usuários.

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