Fim da gordura trans nos alimentos
O Brasil deverá estar livre da gordura trans nos alimentos industrializados até o final de 2010. É o que estabelece um acordo fechado entre o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o limite tolerável é de 2% de gordura trans no total de gorduras que compõe os alimentos.
O que é gordura trans?
Formada por um processo de hidrogenação natural ou industrial, a gordura trans deixa os alimentos mais saborosos e lhes dá maior resistência, mantendo seu prazo de validade.
Entretanto, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a gordura trans pode aumentar a quantidade de colesterol ruim no organismo, sendo portanto um fator de risco para problemas cardiovasculares.
O nome trans vem da expressão ácido graxo trans-isomérico, o nome científico desse tipo de gordura não-saturada. As gorduras trans podem ser monoinsaturadas e poliinsaturadas.
Cuidados com a gordura trans
A nutricionista Ana Célia Oliveira, do Conselho Nacional de Nutricionistas, disse que a agenda de metas definida pelo governo e pela Abia é uma medida necessária e preventiva.
"A gordura trans existe em pequenas quantidades nos alimentos. A questão é que o consumo desse tipo de gordura pela população aumentou muito com a industrialização dos alimentos. É ela a principal responsável pelas doenças cardiovasculares, que estão entre as mais matam no mundo," disse ela em entrevista à Agência Brasil.
Ana Célia recomenda cuidado com a alimentação, que deve ser a mais natural possível. "A população criou o hábito de substituir comidas saudáveis por alimentos industrializados. A indústria usa e abusa da quantidade de gordura trans nos produtos. Assim a população não tem como controlar a quantidade de gordura ingerida."
Processo paulatino
O Canadá foi pioneiro na retirada da gordura trans dos alimentos colocados à disposição da população.
Segundo Ana Célia, o Ministério da Saúde não tem como tomar uma iniciativa como essa de imediato. "É um processo em que a indústria terá que se adaptar, e a população também. As pessoas terão que aprender a olhar o rótulo do produto, para ver a quantidade de gordura trans que contém, e voltar a comer mais alimentos naturais."
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