02/05/2014

Azeite extravirgem brasileiro é tão bom quanto os importados

Redação do Diário da Saúde
Azeite extravirgem brasileiro é tão bom quanto os importados
O azeite de oliva extravirgem brasileiro apresenta características similares aos produtos importados.
[Imagem: Antonio Scarpinetti]

Extravirgem brasileiro

Recomendado pelos benefícios que traz à saúde, o consumo do azeite extravirgem vem aumentando no Brasil, embora os custos de importação restrinjam a sua utilização.

A produção nacional ainda é incipiente.

Por isso, não deixa de ser surpreendente a conclusão a chegaram os pesquisadores Cristiano Augusto Ballus e Helena Teixeira Godoy, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas - SP).

Segundo os pesquisadores, o azeite de oliva extravirgem brasileiro apresenta características similares aos produtos importados.

Foram analisadas 45 amostras de azeites encontrados em supermercados, importados principal de Portugal, Espanha, Itália e Grécia.

Os produtos nacionais foram obtidos de plantações nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais - o interesse pela produção de azeites de oliva nacionais está-se dando por iniciativa de institutos de pesquisa como a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-RS).

Dezessete amostras de azeites de oliva produzidos em Minas Gerais apresentaram teores de compostos fenólicos muito similares aos encontrados em azeites de oliva dos países da Europa e da Argentina, também uma grande produtora de azeite de oliva.

Outras 20 amostras, recolhidas nos três estados, mostraram-se muito similares aos azeites europeus, pelo menos em relação aos compostos fenólicos.

Azeite extravirgem

O azeite de oliva extravirgem é obtido da azeitona somente através de meios mecânicos, sem nenhum outro tratamento. O fruto é colhido na época devida e, no menor tempo possível, lavado e prensado, seguindo-se os processos de filtração, decantação ou centrifugação.

Este processamento garante que mesmo os componentes minoritários, entre eles os fenólicos, permaneçam no produto final, diferentemente de outros óleos vegetais que, quando submetidos ao refino químico, perdem várias das substâncias benéficas à saúde.

O azeite de oliva extravirgem é altamente recomendado por seus benefícios à saúde humana, relacionados sobretudo à conhecida dieta mediterrânea, na qual se atribui ao produto importante papel na prevenção de doenças como as coronarianas e alguns tipos de câncer.

Entre os principais responsáveis por estes efeitos destacam-se o elevado teor de ácido oleico, que diminui o colesterol "ruim", e a presença de compostos fenólicos, que agem como sequestradores de radicais livres.

A fração lipídica dos azeites de oliva, constituída por ácidos graxos, corresponde a 98% de sua composição química. Nos 2% restantes assumem particular importância principalmente duas classes de compostos antioxidantes: os fenólicos e os tocoferóis.

Entre outros parâmetros, a legislação determina que, para ser considerado extravirgem o azeite de oliva deva conter entre 55% e 83% de ácido oleico entre os ácidos graxos e apresentar acidez abaixo dos 0,8%, características responsáveis pela sua maior resistência à degradação durante o tempo de prateleira e no uso em condições mais drásticas, como é o caso de frituras.

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