19/01/2016

Aparelhos de monitorar saúde transformam diversão em trabalho

Redação do Diário da Saúde
Aparelhos de monitorar saúde transformam diversão em trabalho
Embora os monitores de saúde portáteis já tenham chegado ao mercado, protótipos mais recentes apontam para biochips implantáveis, para monitorar a saúde continuamente. O problema é que a eficácia dos aparelhos de monitorar a saúde é questionável.
[Imagem: Cortesia EPFL]

Autovigilância ou autoespionagem

Usar aparelhos eletrônicos para monitorar a si mesmo parece estar virando uma obsessão neste início de século 21.

Mas será que contar seus passos, seus batimentos cardíacos, seu ritmo respiratório, ou o que seja, colocar tudo numa planilha no fim do dia, pode ajudar a torná-lo mais feliz?

"Em geral, a atividade de rastreamento pode aumentar o quanto as pessoas fazem," diz Jordan Etkin, pesquisadora da Universidade de Duke (EUA) referindo-se à própria atividade monitorada.

"Mas, ao mesmo tempo, a medida tem efeitos perniciosos. As atividades agradáveis podem se tornar quase como um trabalho, centrando-se sobre os resultados de coisas que costumavam ser divertidas," ressalta ela.

Autossabotagem

Outros pesquisadores já haviam alertado que os aparelhos de monitorar a saúde podem ser inúteis para a própria saúde.

Etkin e seus colegas queriam saber os efeitos sobre o bem-estar emocional das pessoas. Para isso, a equipe estudou os efeitos do uso dos aparelhos de automonitoramento sobre a quantidade de cada atividade e sobre o quanto os usuários gostaram de fazer essa atividade.

"Nós somos criaturas curiosas e rastrear informações é muito sedutor, mesmo para atividades agradáveis," disse Etkin. "Simplesmente ter a informação disponível faz com que as pessoas queiram olhá-las, mas as próprias pessoas que decidem se monitorar são aquelas que são afetadas pela medição."

Diversão vira trabalho

Os efeitos nocivos do monitoramento incluem desde a diminuição do prazer desfrutado na atividade monitorada até a redução do bem-estar global da pessoa - sempre em relação ao período anterior, sem monitoramento.

Etkin diz que os resultados mostram que é importante estar consciente sobre o que aspecto nós estamos gravando dados, e por que fazemos isso.

"Isso não significa que devamos parar de medir a nossa atividade diária," ressalva ela, "mas precisamos pesar o aumento da produtividade em relação à nossa satisfação subjacente. Para as atividades que as pessoas fazem para se divertir, pode ser melhor não monitorar."

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