17/05/2018

Adoçantes zero-caloria também podem levar à obesidade e diabetes

Redação do Diário da Saúde
Adoçantes zero-caloria também podem levar à obesidade e diabetes
Outras pesquisas já haviam demonstrado que adoçante artificial pode ter resultados amargos e também que os adoçantes podem enganar você, mas não seu cérebro.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Amargou

As consequências para a saúde da ingestão exagerada de açúcar estimularam um aumento dramático no consumo dos adoçantes artificiais sem calorias nas últimas décadas.

No entanto, aumentam cada vez mais as evidências de que esses substitutos do açúcar podem igualmente causar alterações na saúde, indicando que passar de um refrigerante normal para um refrigerante diet pode ser um caso de "pular da frigideira para cair no fogo".

Agora se descobriu que os adoçantes artificiais mudam o modo como o corpo processa a gordura e a energia que obtemos pelos alimentos, e muda de uma forma que está estreitamente relacionada a condições como o diabetes e a obesidade.

Efeitos danosos dos adoçantes

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores rastrearam as alterações bioquímicas no corpo - usando uma abordagem conhecida como metabolômica imparcial de alto rendimento - após o consumo de açúcar ou de adoçantes. Também foram analisados os impactos das duas substâncias na saúde vascular, especificamente como elas afetam o revestimento dos vasos sanguíneos.

Os estudos foram realizados em animais de laboratório e em culturas de células usando diferentes doses de glicose ou frutose (tipos de açúcar), aspartame ou acessulfame de potássio.

"Em nossos experimentos, tanto o açúcar quanto os adoçantes artificiais parecem apresentar efeitos negativos ligados à obesidade e diabetes, embora através de mecanismos muito diferentes uns dos outros," explicou o professor Brian Hoffmann, da Faculdade Médica de Wisconsin e da Universidade Marquette (EUA).

As diferenças nas concentrações de compostos bioquímicos, gorduras e aminoácidos no sangue foram significativas, mostrando que os adoçantes artificiais mudam a forma como o corpo processa a gordura e obtém sua energia. Além disso, o acesulfame de potássio se acumula no sangue, com as concentrações mais altas induzindo um efeito mais prejudicial nas células que revestem os vasos sanguíneos.

"Nós observamos que, com moderação, seu corpo tem o maquinário para lidar com o açúcar; é quando o sistema fica sobrecarregado por um longo período de tempo que esse maquinário quebra," disse Hoffmann. "Também observamos que a substituição desses açúcares por adoçantes artificiais não calóricos leva a mudanças negativas no metabolismo das gorduras e energia".

O que é pior: açúcar ou adoçante

Então, o que é pior, açúcar ou adoçante?

Os pesquisadores afirmam que os resultados dos seus experimentos não fornecem uma resposta clara e a questão requer mais estudos. O que é bem sabido, afirmam, é que o alto teor de açúcar na dieta está ligado a problemas de saúde e este novo estudo sugere que os adoçantes artificiais também, adicionando-se o fato de que nosso corpo parece não estar preparado para lidar com eles.

"Não é tão simples como 'parar de usar adoçantes artificiais' sendo a chave para resolver os efeitos gerais para a saúde relacionados ao diabetes e à obesidade," reforçou Hoffmann. "Se você consome essas substâncias estranhas cronicamente (como no caso do açúcar), o risco de resultados negativos para a saúde aumenta. Assim, como acontece com outros componentes da dieta, eu gosto de dizer às pessoas que a moderação é a chave se elas acham difícil cortar completamente alguma coisa da sua dieta."

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